segunda-feira, 23 de maio de 2011

ENJÔO

Por Guilherme



"Hoje uma pessoa pode ter acesso num só dia a um número equivalente de informações que um sujeito teria a vida inteira na Idade Média"

Sabe aquela sensação de enjôo, quando comemos muito além daquilo que o estômago suporta? quando bebemos muito mais do que o fígado consegue processar? É assim que me sinto em relação à quantidade de informações que recebo todos os dias.

Não consigo processar quase nada do que recebo diariamente. O que existe é um amontoado de informações que vão se acumulando dia após dia e não são transformadas em conhecimento pelo intelecto.
Sabe aquela pilha de jornais no canto do quarto que ao longo dos dias vai lentamente amarelando, quando não é atacada por uma família de traças que, diga-se de passagem, aproveitam muito melhor aquelas "informações"!
Mas jornais são coisas do passado, pensemos então nos HD's e pendrives. Normalmente procuramos esses dispositivos para guardar "informações", e guardar, e guardar....pra que? Quando percebemos eles já estão abarrotados e procuramos outro para continuar guardando informação. Volto a perguntar, pra que?
Estive refletindo sobre isso ao notar a quantidade de informações que despejamos sobre os alunos todos os dias e a falta que faz um tempo para refletir, debater, degustar cada palavra que lançamos em sala de aula.
O tempo para reflexão é inversamente proporcional a quantidade de informações apresentadas em uma aula.
Não sei qual seria a saída: estender o tempo de aula; ou diminuir a quantidade de matéria.
Na verdade, penso que o primeiro passo é estabelecer o que de fato importa ser "ensinado" em sala de aula. Ai "você" vai refutar: e o que importa? Não sei!
Por isso parei para refletir nesse momento.
Por que estou a transmitir tanta informação?
Está aí, uma dúvida de tirar o sono.
Até mais...

3 comentários:

  1. Pois é...muita informação. Vejo com bons olhos as escolas de tempo integral. Quanto a diminuir quantidade de matéria, não sei, sempre penso em mais matérias e não menos rs...Talvez direcionando bem cada matéria para um ciclo específico. Ainda assim, não vejo saida para o amontoado de informações, temos mania de guardar e não usufruir desde antes da internet. Questão de reeducação talvez?
    muito bom texto!

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  2. A quantidade de porcarias que é jogada na net com o seguinte aviso "Me engula" é uma coisa absurda. Quanto à quantidade de matéria dada, acho melhor me recordar de quando eu estava no Ensino Médio: Puxa, eu detestava Matemática, Física e Química! Acho que todo o tempo que eu fiquei copiando aquelas fórmulas, matrizes, esquemas foi tempo perdido, porque eu realmente não preciso disso para viver hoje. Mas eu agradeço imensamente à Profª Verinha que me ensinou a resolver problemas matemáticos por meio da lógica, porque isso me ajuda um bocado nos concursos.
    Acho que o porquê da internet ser mais prazerosa como fonte de informação do que a escola é isso: Pela internet o próprio aluno pode escolher o que lhe interessa ou não, na escola um conteúdo que ele não vê sentido para sua vida lhe é enfiado goela abaixo. Talvez seja esse o segredo, fazer com que essa informação faça sentido na vida do aluno, transformando-se assim em conhecimento.

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  3. É, o assunto é complexo mesmo. Eu sou a favor daquela filosofia do arcadismo: "inutilia truncat". É preciso saber filtrar as informações e direcionar o nosso foco porque, com o advento da globalização, parece que ficamos na obrigação de saber exatamente tudo que acontece no mundo, além de saber sobre o mundo que nos rodeia. Realmente, beiramos a uma "overdose" de informações.E também sou a favor da "calma" dentro da sala de aula, pois a quantidade de informações e a maneira como ela é passada, tanto dentro quanto fora da escola, não dá brecha pra reflexão e para a total assimilação, no caso, "digestão" de tudo que é passado.

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