sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O CONFUCIONISMO IMPERIAL E A COSMOLOGIA HAN NA CHINA

Fabrício Silva

(Produzido durante meu período de estudante de História na Universidade Sagrado Coração - Bauru - SP - Brasil)

Este trabalho é parte de pesquisas realizadas dentro do conteúdo da disciplina História da Ásia e procura mostrar que o império Han na China se baseou numa estrutura política legalista, herança dos Qin, ao mesmo tempo usou a filosofia confuciana para manter o Estado. Através da cosmologia e de uma mentalidade chinesa constituída ao longo da História da China, justificou para a população sua estrutura. Pais superiores aos filhos, homens as mulheres, reis aos súditos, assim funcionava a hierarquia com base em preceitos confucianos, onde a educabilidade moral e o desenvolvimento do homem eram o objetivo final. Esse desenvolvimento moral protegia a Virtude do erro humano, inclusive de erros do governante, Fairbank (2008). Por sua vez o Daoísmo trazia em sua visão cosmológica e naturalista as idéias populares que com movimentos como o dos Turbantes Amarelos chegariam até a elite culta. Crenças em magia antiga, elixir da imortalidade, o misticismo nativo de sua filosofia passiva. Para fortalecer o Estado foi mantido o Legalismo despótico da Era Qin. Era o amálgama legalista-confucionista, o chamado “Confucionismo Imperial”. A violência contra povo e funcionários continuava, mas o governo não poderia se basear apenas na força, daí a importância do confucionismo e sua preocupação com a moral e a conduta adequada. Tudo isso levou o Confucionismo ao centro do cenário político como educação oficial, Fairbank (2008). Já para Gernet (1974), Apesar do rejuvenescimento das idéias confucianas, sua influência não foi suprema na época dos Han, dado o caráter eclético da vida intelectual do período. A estrutura política, filosófica e religiosa do império Han está baseada na teoria dos Cinco elementos, segundo Gernet (1974). Fairbank (2008) discorda ao dizer que a relação entre o governante e seus antepassados já era parte de um pensamento milenar chinês. Esta ligação entre Céu e terra gerou no período Han o conceito dos Cinco Elementos e os Ciclos sendo o mais conhecido o I-Ching, opinião corroborada por Morton (1986). Um pensamento por correlação que não era exclusividade dos chineses, mas que ganhou força, com a idéia do governante no centro e intimamente ligado a natureza, construiu uma firme doutrina e levou os chineses ao encontro do pensamento científico, Fairbank (2008). O Confucionismo foi usado para justificar o despotismo legalista, mantendo a força estatal. O Daoísmo, com crenças opostas ao confucionismo, conviveu junto a ele. A mentalidade simbólica milenar chinesa encontrou no conceito dos Cinco Elementos e dos ciclos como o I Ching, a resposta ecumênica das sucessões dinásticas. Era o fim da unificação pelos Han.

Palavras Chave: Confucionismo, Cosmologia, Han, Império.

Referências Bibliográficas

MORTON, William China – História e Cultura. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1986.
GERNET, Jacques O Mundo Chinês – Uma civilização e uma história, Vol 1. Rio de Janeiro: Edicões Cosmos, 1974.
FAIRBANK, John King; GOLDMAN, Merle China – Uma nova história, Porto Alegre: LP&M, 2008.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A importância do Professor no Ensino On-line

Lyslley Ferreira dos Santos


Hoje, no século XXI com o surgimento e consolidação das Tecnologias da Informação e Comunicação, é sabido que a Educação deverá passar por várias transformações.
A era da informação e o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comunicação vêm colocar novas questões e exigir um reposicionamento de perspectivas, tanto no campo do ensino superior como no do ensino a distância, criando mesmo novas necessidades na educação e na formação dos indivíduos para o século XXI. (MORGADO, 2001, p. 2)

Contudo, segundo Morgado (2001) a questão da introdução das tecnologias no ensino não se coloca apenas ao nível de uma mudança tecnológica, mas também está  associada a uma mudança nas concepções dos professores sobre e na forma de interação entre educador e educando, neste contexto de novos desafios podemos citar a Educação a Distância e a aprendizagem colaborativa, onde "a aprendizagem é um processo individual, influenciado, contudo, por vários fatores, entre os quais, o grupo e as interações interpessoais [...]" (MORGADO, 2001, p4).
No decorrer de sua obra, a autora trata dos modelos e dos aspectos críticos de ensino online para situar o papel do professor no universo virtual, e acentua que a chave do sucesso da educação virtual está na atuação do tutor. Assim, ela desvela as áreas para a intervenção em função do papel do professor em salas de aula virtuais, que são: aspectos pedagógicos, que suportam o processo de aprendizagem; aspectos de gestão, que refere-se as tarefas de organização, planificação do curso e as atividades de ensino; aspectos sociais, relativa à criação de um contexto social de aprendizagem; aspectos técnicos, que refere-se à contribuição do professor para tornar a tecnologia transparente, permitindo assim ao estudante concentrar-se nas tarefas acadêmicas.
A autora apresenta também uma análise realizada por Salmon (2000) referente ao papel do professor nos contextos on-line, onde em um estudo realizado por 2 anos, concluiu-se que a função do professor se vai alterando à medida que o curso prossegue, distinguindo 5 estádios ou níveis. Com base nesta investigação, elaborou um modelo possível para a construção de um instrumento de apoio à concepção e planificação dos cursos, e de apoio à formação de professores de cursos online. São eles: acesso e motivação, onde ocorre a construção da confiança do utilizador, encorajando-o a participar regularmente; socialização, desenvolvimento da coesão e cultura do grupo e de modos sistemáticos de trabalhar online;  partilha de informação, encorajando todos os participantes a contribuir para a discussão dos conteúdos que foram disponibilizados; construção do conhecimento, encorajar  a  interação, fazer ligações com a aprendizagem em curso, gerir conflitos e dar feedback, possibilitando a interação entre os estudantes e a construção do conhecimento; desenvolvimento, neste estádio os estudantes são responsáveis pela sua própria aprendizagem através das oportunidades criadas.
Tomando por base a análise, Bischoff (2000) a autora, identifica categorias na atuação do professor, são elas: a visibilidade, interações e mensagens (conteúdos, processos, feedback, regras, e apoio técnico), contribuindo para a redução do isolamento dos estudantes; o feedback, fornecendo orientação e apoiando os estudantes,  deve ser regular e detalhado, e não se circunscrever ao fim do curso. os materiais, (programa, leituras e pesquisas a efetuar, trabalhos, questões a discutir, exemplos, atividades, etc.) deverão estar previamente preparados antes do curso iniciar, mas podem ser adicionados no decorrer do mesmo, e terem subjacente um modelo de aprendizagem; e a permanência, o professor deverá estar atento a fatores que possam contribuir para o abandono do curso,  monitorando o nível de participação e envolvimento dos estudantes, no sentido de prevenir estas situações e poder agir antecipadamente.
A partir da análise do texto, concordo com a afirmativa que a chave para o sucesso de um curso on-line está na atuação do professor e acredito que o mesmo é essencial no processo de organização, seleção dos conteúdos e delimitação de estratégias de aprendizagem, mas também no diálogo com o aluno, na mediação de problemas da aprendizagem, instigando, sugerindo, problematizando, enfim, estimulando um processo educacional que propicie muito mais o ato de pensar do que o de reproduzir, incentivando o processo espontâneo de construção do conhecimento, vendo o educando como pessoa e sujeito de todo o processo.
Segundo Vygotsky (1984), a aprendizagem é um processo de construção determinado por condições socioculturais e históricas, no qual a linguagem tem papel de extrema importância. Dada essa situação entendemos que “a ação do outro sobre cada sujeito que aprende é fundamental, não só como incentivadora, mas também como uma ponte indispensável entre este e a realidade que o circunda”

REFERÊNCIAS

MORGADO, L. O papel do professor em contextos de ensino on-line: problemas e virtualidades. In: Discursos.  Série, 3. Universidade Aberta, 2001. p. 125-138. Disponível em:
<http://www.univ-ab.pt/~lmorgado/Documentos/tutoria.pdf>. Acesso em: 03 dez 2011.


VYGOTSKY, Levy S. A formação social da mente. O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1984.