terça-feira, 13 de setembro de 2011

11 de setembro

Por Rafael Ribeiro dos Santos






Lembro-me de um programa da Ana Maria Braga um ano após o que ocorreu em 11/9 nos EUA. A apresentadora saiu para entrevistar as pessoas sobre o que elas achavam sobre o atentado. Bom, o resultado não foi muito que ela esperava, pois o 1º entrevistado foi um motorista de um ônibus que ao ser questionado, numa manhã de transito caótico em SP, respondeu: Não senhora dia normal para mim.
Adorei aquela resposta o que um motorista em SP tinha a ver com um ataque no coração dos EUA? Está correto. Nada. Pena que a mídia brasileira pense diferente. Na mesma semana que se comemora a data dos atentados, comemoramos a independência do Brasil, que para muitos e inclusive a imprensa e opinião pública, são os desfiles militares, que vergonha de nossa imprensa, que não tem capacidade de contextualizar a independência do Brasil, ah, mas tem um fato mais importante os EUA, opa isso é notícia, então vamos lá.
Em 2001 alguns historiadores publicaram em jornais que o século XXI precisava de um acontecimento bombástico, e ele aconteceu. Segundo Hobsbawm, em seu livro Globalização, Democracia e Terrorismo, o século XXI apresenta peculiaridades como quem os EUA iam atacar após o atentado? Qual país? Quem é o inimigo? Não existia era um inimigo invisível, os conflitos se apresentam na forma de grupos uniformes e dispersos, características do terrorismo, ou seja, uma nova forma de guerra. Outro detalhe, após a experiência soviética os EUA pensaram que teriam a soberania mundial, ledo engano, e se possuiu foi por 10 anos no máximo. Além disso, as lideranças políticas enfraqueceram, assim como os Estados que estão cada vez menores em relação à força e formas de controle da população de serviços essenciais que sempre foi controlado pelo Estado.
Nesses dez anos houve guerras, teorias conspiratórias de que o próprio EUA teria orquestrado o ataque, e que Osama Bin Laden era um bode expiatório, o problema do controle do Oriente Médio para abastecer os EUA com petróleo e melhorar a economia estadunidense com a reconstrução de Iraque e Afeganistão, etc, até executaram o Bin Laden. Para um país que se diz democrático e sua bandeira é a justiça, executaram um homem sem julgamento, acho que a democracia não pode ser mais utilizada como carrão chefe para as ações norte americanas em outros países.
Mas apesar de tudo o trauma esta causado, logo após os atentados, os Yankes buscaram vingança torrando uma fortuna para alimentar a máquina de guerra, o que causou um rombo enorme nas finanças, mais dinheiro com segurança dentro dos EUA, além do trauma eterno que um homem causou. Junto a isso somasse a crise financeira que se instalou nos EUA que em parte foi provocada pelos gastos com guerras, causando até a ameaça de calote dos EUA.
Acho que o mundo todo deve ter ficado triste com os atentados terroristas, será que os vietnamitas, os japoneses, os palestinos, que cada um com sua história sofreram nas mãos democráticas dos EUA, acho que não, acho que eles tão como eu comemorando os fogos de 11/9. 

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